- DATASQuartas e quintas | 14, 15, 21, 22, 28 e 29 de Setembro.
- HORÁRIODas 20h30 às 22h30
- VALOR DA PARTICIPAÇÃO40,00€
- INFORMAÇÕES | INSCRIÇÕES966 186 871 | comunicacao@teatrodarainha.pt
- MORADASala Estúdio do Teatro da Rainha | Rua Vitorino Fróis - junto à Biblioteca Municipal - Largo da Universidade | Edifício 2 | 2504-911 Caldas da Rainha

A oficina será dinamizada por Henrique Manuel Bento Fialho, autor do prefácio da «Primeira Antologia de Micro-Ficção Portuguesa» (sel. e org. de Rui Costa e André Sebastião, Exodus, Vila Nova de Gaia, Fevereiro de 2008) e, entre outros, dos livros de contos breves «Call Center – edição revista e acrescentada» (Companhia das Ilhas, Lajes do Pico, Junho de 2014/Julho de 2019 – obra integrada no PNL), «A Festa dos Caçadores» (Abysmo, 2018– obra integrada no PNL) e «Micróbios» (Abysmo, Outubro de 2021).
OFICINA DE FORMAS NARRATIVAS BREVES
Lyotard distinguia os conceitos de metanarrativa (concepções totalitárias do universo) e micronarrativa (visões fragmentárias do mundo), recuperando o diálogo entre saberes que havia sido abandonado pela crença cega nos modelos científicos universalistas e estereotipados. A pós-modernidade distinguir-se-ia por uma desconfiança e incredulidade nas metanarrativas. A micronarrativa resiste à dispersão pela concentração — lê-se rápido, mas compreende-se lentamente —, assim como se opõe a visões totalitárias pela aposta no fragmentário — oferecendo a quem lê inúmeras e criativas hipóteses de interpretação, reflexão, imaginação. Propõe um discurso aberto, ao contrário de uma exposição encerrada em conclusões definitivas.
Acelerado o modo de vida, com o tempo convertido em medida de produtividade, o interesse por formas narrativas breves ganha fulgor. É disso exemplo a curiosidade por autores que cultivam o género ou o Prémio Camões atribuído ao brasileiro Dalton Trevisan em 2012, fazendo-nos acreditar na micronarrativa não como uma cedência ao “império do efémero”, mas como um acto de resistência às leis e determinações desse mesmo império. Através da capacidade que tem de reajustar a atenção a uma ideia, imagem ou argumento inusitados, o texto breve resulta, pela sua intensidade e concentração de meios expressivos, numa suspensão do alheamento provocado pelo excesso de estímulos a que estamos constantemente sujeitos.
Nesta Oficina de Formas Narrativas Breves propomo-nos pensar em conjunto o conceito de micronarrativa a partir de diversos exemplos que, ao longo da história da literatura universal, nos foram outorgando diferentes abordagens do texto narrativo breve. Pretende-se fornecer pistas bibliográficas abordando tipos de composição narrativa, debatendo-os em conjunto e seguindo um programa que compreenderá os seguintes pontos:
1. O que é uma micronarrativa?
2. Origens das micronarrativas
2.1. Da tradição oral ao conto escrito
2.2. Histórias populares, fábulas, anedotas
3. Micronarrativa e poesia: alguns problemas
3.1. O epigrama
3.2. O poema em prosa
4. Micronarrativa e filosofia
4.1 O fragmento
4.2. O aforismo
5. Micronarrativa e teatro
5.1. O teatro de marionetas
5.2 Formas textuais e cénicas breves
6. Formas micronarrativas contemporâneas
6.1. nanoconto
6.2. microconto
6.3. miniconto
6.4. short story
7. Algumas obras essenciais