- DATA4 e 5 de Janeiro de 2019
- HORÁRIO21:00
- RESERVAS961960281 | 213916750 (dias úteis das 10h00 às 18h00)
- MORADALisboa, Teatro da Politécnica | Artistas Unidos
Peça sobre o extremo isolamento, é-o de duas formas, pela distância territorial — a estória acontece nos confins de um fiorde, no interior norueguês em pleno inverno — e pelo isolamento que a idade traz. O que surpreende nesta peça de Fosse é, no entanto, uma mistura de clima psicológico vivida entre a ansiedade que o casal de pais, já de uma certa idade, vai mostrando que tem em relação ao filho ausente — único — a extrema solidão em que vivem, a quase nenhuma vizinhança em torno da casa — a aldeia de que se fala são casas vazias, como o nosso interior mais interior — e um tempo a gerir que, no fundo, não é mais que o próprio tempo a passar e uma hipotética visita do filho.
Mas o drama acontece, o filho regressa, o vizinho do lado fala da prisão que supostamente lhe aconteceu e, inesperadamente, o filho reage com violência e acontece uma morte: a do vizinho do lado. Entretanto nada parece passar-se com este regresso, a dificuldade de falar, a incomunicabilidade entre filho e pais, é radical. São seres estranhos um aos outros.
E o fim, com o filho partido de novo não se sabe para onde — fala-se de uma banda musical, o jovem tem 25 anos — e morto o vizinho do lado, o plano de uma solidão acrescentada é absoluto. E isto no país mais rico do mundo, com o maior rendimento per capita, como dizem as estatísticas.
Ficha Artística
TEXTO Jon Fosse
TRADUÇÃO Isabel Lopes e Fernando Mora Ramos
ENCENAÇÃO Fernando Mora Ramos
CENOGRAFIA José Carlos Faria
SONOPLASTIA Francisco Leal
DESENHO DE LUZ António Anunciação e Filipe Lopes
INTERPRETAÇÃO Isabel Lopes, António Parra, Carlos Borges e Fernando Mora Ramos