Inesperadamente ou talvez previsivelmente, o tema da família voltou a ocupar o espaço mediático português. Tanto o ataque cerrado à disciplina de Cidadania como a polémica publicação do livro “Identidade e Família” desenterram um discurso conservador sobre o papel da mulher na sociedade, reactivando o discurso sobre a crise da família dita conservadora, oposta aos novos modelos familiares que libertaram a instituição familiar da sua vocação económica vinculada pela sobrevivência, pela reprodução e pela transmissão dos bens.

A mais recente produção do Teatro da Rainha, “Na República da Felicidade”, de Martin Crimp, é um tríptico cuja primeira parte tem o sugestivo título “Destruição da Família”, sendo aí visível o carácter disruptivo da família numa excêntrica ceia de Natal que coloca a nu a fragilidade dos elos que ligam três gerações. Entre nós, o escritor Sandro William Junqueira é, talvez, quem melhor tem sabido explorar o território familiar em narrativas que, misturando factos com ficção, levam ao questionamento da família enquanto lugar problemático, sendo disso exemplo livros tais como o romance “A Sangrada Família” (2021) ou o mais recente “Emídio e Ermelinda” (2024). É ele o próximo convidado de Diga 33 – Poesia no Teatro.

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  • DATA19 de Novembro de 2024
  • HORÁRIO21h30
  • INFORMAÇÕES E RESERVAS966 186 871 | geral@teatrodarainha.pt
  • MORADASala-Estúdio | Praça da Universidade, Edifício 2, 2500- 208 Caldas da Rainha