15h: Apresentação dos oradores
15h05: Fernando Mora Ramos
15h25: Maria Irene Ramalho
15h45: Júlio Henriques
16h05: Intervalo
16h20: Apresentação dos oradores
16h25: Lúcia Evangelista
16h45: Manuel Portela
17h05: Joëlle Ghazarian
17h25: Debate
17h45: Intervalo
18h: Discurso Sobre o Filho-da-Puta
Alberto Pimenta é natural do Porto, onde nasceu a 26 de Dezembro de 1937. Licenciou-se em Filologia Germânica na Universidade de Coimbra, partindo para Heidelberg, em 1960, como Leitor de Português contratado pelo governo de então. A oposição ao regime fez com que fosse demitido, acabando, no entanto, contratado pela própria universidade alemã. Aí permaneceu até 1977, ano do regresso a Portugal. Com o primeiro livro de poesia, O labirintodonte, publicado em 1970, vê impresso, no ano do regresso a terras lusas, a primeira edição de Discurso sobre o filho-da-puta. No ano seguinte, deu à estampa um dos ensaios mais relevantes no universo literário português. O Silêncio dos poetas foi editado simultaneamente em língua portuguesa e italiana. Poeta e ensaísta, Alberto Pimenta destacou-se também nos domínios do happening e da performance, foi autor e participou em vários programas para rádio e televisão. Neste colóquio participam destacados conhecedores da Obra Quase Completa, título sob o qual Alberto Pimenta coligiu o seu trabalho poético em 1990, mas que ainda hoje, dada a incontestável vitalidade criativa do Autor, se mantém actual.
... Fernando Mora Ramos iniciou em 1972 uma intensa actividade de dedicação ao teatro, fosse como actor, encenador ou professor. Fundou o Centro Cultural de Évora, mais tarde Centro Dramático de Évora, e é Director do Teatro da Rainha desde 1985. Convidado a encenar por Mário Barradas, realizou a sua primeira encenação profissional em 79: George Dandin, de Molière. Em mais de 50 anos de actividade teatral, interpretou dezenas de personagens e encenou variadíssimos espectáculos de autores clássicos e contemporâneos. Em 2020 transportou para a cena o Discurso Sobre o Filho-da-Puta, de Alberto Pimenta, espectáculo que se mantém em digressão desde então. Além do Discurso, vem trabalhando, desde 2023, na encenação de Reality Show, texto de Alberto Pimenta originalmente publicado em 2011. Maria Irene Ramalho é professora catedrática jubilada da Secção de Estudos Anglo-Americanos do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde foi coordenadora científica dos programas de doutoramento em Estudos Americanos e em Estudos Feministas até Setembro de 2011. Entre 1998 e 2018, foi International Affiliate do Departamento de Literatura Comparada da Universidade de Wisconsin-Madison, onde leccionou regularmente como professora visitante. Entre as suas áreas de maior interesse, destacam-se os estudos sobre o Modernismo e a Modernidade, estudos comparados sobre poesia, poética e filosofia, teorias dos estudos americanos e teorias do feminismo. Faz parte do conselho editorial de várias revistas de literatura e cultura e tem dedicado especial atenção, em múltiplas recensões e textos críticos, à obra de Alberto Pimenta. Júlio Henriques é tradutor, escritor e editor. Desertado em França aos 19 anos, aí frequentou vários cursos ligados à literatura. Com o encenador e dramaturgo Hélder Costa criou um grupo de teatro de agitação. De regresso a Portugal, foi viver para uma aldeia perto de Coimbra e conheceu Vasco Santos, fundador da editora Fenda. O primeiro livro, Deus Tem Caspa, foi publicado em 1988. Traduziu Max Aub, George Orwell, Albert Cossery, Guy Debord, Louis Aragon, entre muitos outros. Sob o pseudónimo Alice Corinde, publicou poesia e outros textos posteriormente reunidos no volume Modas & Bordados d’Alice Corinde (Fenda, 1995). Actualmente, é tradutor e editor da revista Flauta de Luz, que criou em 2013. Lúcia Evangelista é Licenciada em Letras pela Universidade Federal do Ceará, Brasil. Mestre em Estudos Literários Culturais e Interartísticos na Universidade do Porto (2011) com a dissertação Vida em comum: a poética de Adília Lopes. Membro do Grupo Intermedialidades do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa e do Aesthetics, Politics and Knowledge Group do Instituto de Filosofia, ambos da Universidade do Porto. É autora da tese Alberto Pimenta: poesia, performance, profanação, realizada no âmbito do Doutoramento em Estudos Literários, Culturais e Interartísticos na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Manuel Portela é Doutorado em Cultura Inglesa pela Universidade de Coimbra (2001). Professor do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, dirige o Programa de Doutoramento FCT em Materialidades da Literatura. É investigador do Centro de Literatura Portuguesa na mesma universidade. Autor de diversas criações experimentais, incluindo ensaio, ficção, teatro, poesia e performance, publicou os primeiros poemas nas colectâneas Cras! Bang! Boom! Clang (1991) e Pixel Pixel (1992). Organizou a exposição internacional de poesia visual e concreta Wor(l)d Poem (1993). Traduziu para português, entre outros, livros de William Blake e A Vida e Opiniões de Tristram Shandy, de Laurence Sterne, pelo qual recebeu o Grande Prémio de Tradução. Das suas obras mais recentes, destacam-se camõescreve (2023) e Delays e lags quase impercetíveis (2024). Joëlle Ghazarian é antropóloga de formação. Reside em Portugal há vários anos e foi professora de francês no Instituto Politécnico de Portalegre. Publicou na editora Fenda os livros Sakarina (1986) e Ó de Amoque (1995), reeditado em França no ano de 1998, antes de Cântico do Crime (2007), escrito em uníssono com Herberto Helder. Tem colaborado com textos de análise literária em algumas publicações portuguesas, nomeadamente no Jornal de Letras e Artes e nas revistas A Ideia e Flauta de Luz, onde editou, sobre Alberto Pimenta, Elegia das Sintonias. Em 1998, publicou na Utopia, revista anarquista de cultura e intervenção, o artigo Alberto Pimenta, o mal-amado.