É uma prova de vinhos, um ritual de iniciação ao mistério que cada garrafa contém. O mundo que a rolha descobre lê-se com o nariz, com os olhos, com o palato, com o líquido a tocar os pontos sensíveis do “dispositivo” boca, com as papilas gustativas em acção. Como qualquer ritual – desde logo teatro – há aqui um oficiante, um actor escanção que vai orientando as fases da experimentação munido dos diversos instrumentos da operação até à cena final, o fim de boca – é acompanhado de dois outros bebedores encartados. Cenas de fim de boca é um divertimento sobre o que este ritual é e também a blague burlesca dessa missa laica do ritual bebedor, abrindo a porta para esses prazeres que o vinho encerra e que, como sabemos, já os deuses praticavam nos tempos do raiar desta cultura tão propícia ao amor e às desmesuras. Como ensinou o nosso Baco, deus dos teatros rituais e pai das bacantes. Cenas de fim de boca é também uma viagem pela poesia dedicada ao vinho desde os gregos à actualidade, poesia essa contextualizada num guião poema que vai conduzindo as acções para um fim que pede sempre regressos ao mesmo bom vício, beber – moderadamente, claro!

Fernando Mora Ramos

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Ficha Artística

Texto | Fernando Mora Ramos
Selecção de poemas | Henrique Manuel Bento Fialho
Interpretação | Fábio Costa (sommelier), Henrique Fialho (escanção rinítico), Tiago Moreira (escanção e músico), Mafalda Taveira (Maria Parda)
Fotografia | Inquieta – José Miguel Pires (Fundação Casa de Mateus)

Digressão

11 de Dezembro – Escola de Hotelaria e de Turismo do Oeste

20 de Setembro – Adega-galeria  Quanta Terra, Favaios (Alijó)

21 de Setembro – Adega de Mateus, Fundação da Casa de Mateus, Vila Real

  • INFORMAÇÕES966 186 871 | geral@teatrodarainha.pt