Ficha Artística
Ficha Artística
Autor | Abel Neves
Encenação e cenografia | Fernando Mora Ramos
Música | Augusto Lino
Iluminação | António Anunciação
Interpretação | Fábio Costa e Marta Taveira
Contacto para mais informações:
Ana Pereira
anapereira@teatrodarainha.pt
telemóvel: 96 5539198
«É normal um gajo ali parado sem saber ao que vai?», pergunta Jasmim logo no início de “Pertinho da Torre Eiffel”. A questão é dirigida a Jana, cuja presença notamos por lhe escutarmos a voz enquanto trauteia um fado. Assim começa esta peça de Abel Neves (n. 1956) que o Teatro da Rainha estreará, com encenação de Fernando Mora Ramos, entre os próximos dias 18 de Novembro e 4 de Dezembro. Os actores Fábio Costa e Marta Taveira serão, respectivamente, Jasmim e Jana, o jovem casal urbano emparedado numa precariedade ao mesmo tempo material e amorosa, porque ambas as dimensões se interligam e se condicionam.
Natural de Montalegre, Abel Neves é um dos mais produtivos autores do teatro contemporâneo português. Além de cerca de 50 peças, assinou 9 romances, 4 livros de poesia, uma colectânea de contos e outra de ensaios. Trabalhou doze anos na Comuna – Teatro de Pesquisa nas áreas de Dramaturgia e Assistência Literária, tendo sido responsável, na mesma companhia, pela disciplina de Dramaturgia no Curso de Formação de Actores e Animadores Culturais entre os anos de 1987 e 1989. Recebeu o prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva com o texto “Jardim suspenso” (2009) e foi distinguido com o prémio Autores 2014 pelo Melhor Texto Português Representado em 2013: “Sabe Deus Pintar o Diabo”. Estará em Caldas da Rainha, nos próximos dias 20 e 21 de Novembro, para um Laboratório de dramaturgia promovido pelo Teatro da Rainha.
“Pertinho da Torre Eiffel” explora a instabilidade doméstica a partir de duas personagens fisicamente presentes e outras tantas ausentes, num jogo de interacções que excede aquilo que se vê. O visível assume pontos de vista diversos, desde logo, num cenário móvel que oferece diferentes ângulos de observação de uma relação amorosa em busca de equilíbrio na corda bamba existencial. Em cena, tudo parece vacilar e perder-se em hesitações inconsequentes. O que é um casal normal? Poderá a ruptura ser rotina? O que esperam da vida Jana e Jasmim? Têm sonhos? Ambições? São perguntas cujas respostas se estudam a partir de quadros proporcionalmente cómicos e melancólicos, como se estivéssemos a olhar para alguém que patina sem sair do mesmo lugar. Ou talvez como um daqueles globos de neve que os turistas compram para se sentirem “Pertinho da Torre Eiffel”.