• DATA12 de Abril de 2023
  • HORÁRIO21:30
  • MORADASala Estúdio do Teatro da Rainha | Rua Vitorino Fróis - junto à Biblioteca Municipal - Largo da Universidade | Edifício 2 | 2504-911 Caldas da Rainha

Informações e reservas:
Segunda a Sexta das 9h às 18h
geral@teatrodarainha.pt
966 186 871 | 262 823 302

DOSSIER
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Depois de Uma História na Cama (1997) de Sean O’Casey e Oeste Solitário (2006) de Martin McDonagh, o Teatro das Beiras regressa à dramaturgia irlandesa com Molly Sweeney, de Brian Friel.
Friel (1929 – 2015) expande a sua obra por mais de 3 dezenas de peças, tendo merecido especial atenção e divulgação na última década do século XX. Cofundador, com o ator Stephen Rea, da Field Day Theatre Company, tem sido traduzido e encenado em Portugal desde os anos 70 do século XX, com títulos como Amantes e Triunfantes (1970/71), Pais e Filhos (1991), Traduções (1996), Danças a um deus pagão (1996), Molly Sweeney (1999), O Fantástico Francis Hardy, curandeiro (2000) e Terapia das Almas (2019), que o situam na linhagem de Yeats e de Synge, universalizando as especificidades irlandesas, convocando à reflexão induzida pela emoção e imaginação sustentadas na valorização da palavra, muito embora “as palavras não sejam dotadas de plenos poderes até um actor as libertar e as preencher”.
A estreia de Molly Sweeney em 1994 no Gate Theatre ficou marcada por ser a primeira encenação de Brian Friel, experiência que voltaria a repetir em 1997 com Give me your answer, Do!. O espetáculo teve na altura uma receção dividida entre o louvor e o ceticismo. A peça chega ao público português em 1999 através do Ensemble – Sociedade de Actores, com encenação de Nuno Carinhas.
O texto estrutura-se a partir da alternância das narrativas de três personagens sem interação umas com as outras – Molly, uma mulher independente e capaz, cega desde a infância, submete-se a uma cirurgia para tentar restaurar a visão; Frank, o entusiasta e inquieto marido que faz da cegueira da esposa a sua última causa; e Dr. Rice, outrora um famoso cirurgião, agora um alcoólico caído em desgraça que tenta restaurar a visão de Molly, numa tentativa de recompor a sua reputação.
Parte da construção dramática do texto é inspirada no estudo “Ver e Não Ver” de Oliver Sacks, mais especificamente em Virgil, um homem cego desde a infância cuja visão fora recuperada em adulto e, assim como Molly, após a operação, vê o seu mundo percetivo desmoronar e não se consegue ajustar ao novo mundo visual. A sua experiência é descrita como um “milagre abortado”.
No final, Molly diz: “vivo agora num país de fronteiras” onde as perceções deixaram de ser fidedignas, e a loucura e a realidade se fundem no mesmo caos.

Ficha do espectáculo

Autor |  Brian Friel
Tradução | Paulo Eduardo Carvalho
Encenação | Nuno Carinhas
Assistência de encenação | Sílvia Morais
Cenografia e figurinos | Luís Mouro
Sonoplastia | Hâmbar de Sousa
Desenho de luz | Fernando Sena
Interpretação | João Melo, Susana Gouveia e Tiago Moreira
Confeção de Pano de Terra | Rafaela Graça e Susana Gouveia
Pintura de Pano de Terra | Luís Mouro
Carpintaria | Ivo Cunha
Costureira | Sofia Craveiro
Direção de Produção e Comunicação | Celina Gonçalves
Assistência de produção e comunicação | Patrícia Morais
Vídeo promocional e fotografias | Ovelha Elétrica

Classificação etária: maiores 12 anos
Duração: 120 minutos