- DATA13 de Dezembro de 2022
- HORÁRIO21h30
- INFORMAÇÕES E RESERVAS966 186 871 | 262 823 302 | comunicacao@teatrodarainha.pt | Entradas condicionadas aos lugares disponíveis. Reserva de lugar obrigatória. Valor da entrada | 2,00€
- MORADASala Estúdio do Teatro da Rainha | Rua Vitorino Fróis - junto à Biblioteca Municipal - Largo da Universidade | Edifício 2 | 2504-911 Caldas da Rainha
Falar de Mário Botas no céu de uma paisagem
Diga 33 – Poesia no Teatro encerra o quinto ano de actividades com uma noite dedicada a Mário Botas (Nazaré, 1952 – Lisboa, 1983). Se ainda são poucos os que conhecem a obra do artista plástico, menos serão os que sabem ter ele sido também autor de alguns poemas. Dizer poucos é uma forma de salientar a relevância do legado artístico de um extraordinário criador cuja vida encurtada pela doença não foi impeditiva de que nos deixasse um considerável património. Algumas publicações relativamente recentes têm vindo a tornar claro o interesse por esse legado. Entre elas, salientamos a obra “Aventuras de um Crânio e Outros Textos” (Averno, Dezembro de 2012) — volume em que se coligem poemas, cartas, depoimentos, entre outros escritos de inquestionável interesse documental — e a antologia “Falar dele no céu de uma paisagem” (volta d’mar, Setembro de 2021), poemas para Mário Botas assinados por 4 dezenas de autores.
Nascido na Nazaré a 23 de Dezembro, foi nessa vila piscatória que passou a infância e a adolescência. O gosto pela pintura veio do convívio com o primo António Laranjo, também ele pintor. Em 1970, mudou-se para Lisboa a fim de estudar Medicina. A primeira exposição individual deu-se no ano seguinte na Comissão Municipal de Turismo da Nazaré. Terminou o curso de Medicina em 1975. Leitor insaciável, manteve contacto próximo com vários escritores. Ilustrou livros de Raul Brandão, Almeida Faria, António Osório, sendo também muito divulgados os retratos que produziu de alguns dos seus escritores preferidos ou os desenhos sobre temas do Antigo Testamento. Em 1977 é o próprio a descobrir que padece de leucemia, partindo no ano seguinte para Nova Iorque em busca de tratamento. Conhece aí o músico John Cage, a quem dedicará um texto sobre “A Dip in the Lake”. Morrerá com apenas 30 anos, em Lisboa, vítima da doença que o atacara seis anos antes.
Para nos falar de Mário Botas teremos connosco o escritor Jaime Rocha (1949) e o editor Mário Galego (1969), ambos naturais da Nazaré. O primeiro é pseudónimo literário de Rui Sousa Fernando, jornalista que entrevistou Mário Botas nos idos de 1971. O segundo é editor da volta d’mar, responsável pela organização e publicação da antologia “Falar dele no céu de uma paisagem – poemas para Mário Botas”. Leremos, pois, poemas de e para Mário Botas, olharemos para a sua obra plástica e tentaremos compreender, tanto quanto for possível, o complexo universo artístico de um homem inteligentíssimo com uma fulgurante passagem por territórios geográficos que nos são próximos e familiares.