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  • ESTREIA16 de Março de 2023 | Sala Estúdio do Teatro da Rainha
  • ApresentaçõesAté 8 de Abril | Quarta a Sábado
  • INFORMAÇÕESSegunda a sexta das 9h às 18h | Dias de espectáculo até às 20h | 262 823 302/966 186 871
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TEXTOS

Ajax, Regressos(s) inspira-se na epopeia homérica, a Bósnia é Tróia e quem regressa é Ajax e não Ulisses. Regressará? Uma máquina assassina bípede e ainda falante será capaz de vida familiar, de olhar o outro sem o ver como inimigo? Ajax, um inédito que tomará a forma de livro, fala-nos das guerras, da desumanidade extrema. Perde sentido “a operação especial” no rio de sangue que o precede e acompanha, as razões que motivaram a violência esfumaram-se, a “amada” não o reconhece, transfigurado, dir-se-ia animalizado.
É essa mutação que nos interessa, perceber como as criaturas, em contextos de irracionalidade bestial — e de inteligentes tácticas e estratégias, de militarização das sociedades, de tecnologia e ciência mortíferas – se perdem a si mesmas e nem os seus reconhecem, tudo o que mexe é alvo, cada esquina um sniper.
Este texto não é Homem por homem, de Brecht, é uma descida introspectiva aos infernos do eu — entremeada de uma palavra coral crítica reveladora do olhar das vítimas — que questiona o “feito” por dentro do que vai tentando pensar de modo monologado — monólogos contrapostos, é a estrutura, como no Koltès da Na solidão nos campos de algodão -, contrapondo essa introspecção ao monólogo da mulher. A destruição de qualquer vínculo é a consequência do labor guerreiro, o “quase morto e exangue” Ajax, só sabe matar.
Pensamos que a distância e a abstracção propostas — as falas são longos versos numa linguagem/pensamento entre o literal e a metáfora —, as vozes na terceira pessoa, os discursos indirectos, permitirão aquela racionalidade da distância que se exige para conseguirmos esboçar um gesto de compreensão para o que sucede, agora, no mundo, sem o qual o fim do mundo, de que se fala recorrentemente a propósito do clima, surge precedido da iminência de um conflito nuclear, de novo, com a escalada da guerra com armas convencionais e menos convencionais — a sofisticação destrutiva não tem limites inventivos.

Ficha Artística

Autor | Jean-Pierre Sarrazac
Tradução | Isabel Lopes
Encenação | Fernando Mora Ramos
Interpretação | Isabel Lopes, Beatriz Antunes, Mafalda Taveira, Marta Taveira, Fábio Costa, João Costa e Nuno Machado
Composição Musical | Carlos Alberto Augusto
Desenho de Luz | Jorge Ribeiro
Cenografia | Ricardo Neto
Fotografias | Margarida Araújo e Paulo Nuno Silva

 

M/14