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  • ESTREIA23 de Maio de 2018 | Largo da Copa, Caldas da Rainha
  • APRESENTAÇÕESaté 26 de Maio

Ficha Artística

Encenação | Fernando Mora Ramos
Adaptação | Fernando Mora Ramos e Isabel Lopes a partir da tradução de Maria de Fátima Sousa e Silva
Dramaturgia e letra da canção | Isabel Lopes
Cenografia | José Carlos Faria
Figurinos | José Carlos Faria e Isabel Lopes
Design sonoro | Francisco Leal
Iluminação | Jorge Ribeiro
Música | Fernando Lopes e António José Xavier
Músicos | António José Xavier, Fernando Lopes e Ivo Santos
Canção | Paulo Vaz de Carvalho
Tratamento Plástico da cenografia, escaravelho, altar das libações e taça de ouro | Rui Alves
Adereços (falo gigante, falos do coro e chapéu do Hermes) | Mariana Sampaio
Fotografia | Margarida Araújo
Interpretação | Isabel Lopes, Raquel Monteiro, Carolina Rosa, Neuza Nunes, Teresa Paula, Matilde Fialho, Alexandre Calçada, Carlos Borges, Fábio Costa, José Carlos Faria, José Ferreira, Nuno Machado, Victor Santos.
Deusas | Cibele Maçãs, Diana Gata e Mafalda Taveira
Coro | Manuel Freire, Manuel Gil e os alunos da Universidade Sénior: António Vicente, Luís Couto, Filipe Ferreira, Fernando Rodrigues, Vítor Duarte, Virgílio Pimenta

Peça escrita em 421 antes de Cristo, “A paz, como o título indica, é manifestamente a expressão política do desejo que Aristófanes expressa de alcançar a paz, pela boca de Trigeu, um agricultor vinhateiro, face à prolongada e destruidora guerra entre Esparta e Atenas, a famosa guerra do Peloponeso. Comédia política, de que Aristófanes é o criador reconhecido, pelo menos de entre os que até nós chegaram pelos textos que resistiram ao tempo, é uma crítica directa das desavenças entre as cidades que impediam a paz de progredir, ao mesmo tempo que uma crítica radical dos belicistas, dos que fazem negócios com a guerra, dos traficantes de armas. Na peça, cansado de tanta destruição e impedido, como os lavradores em geral, de viver do seu trabalho no campo, Trigeu decide falar com Zeus que, entretanto, não está no Olimpo, pois fugira para os confins do céu, farto dos humanos. É Hermes que o atende e é com este deus que as coisas se resolvem. Contrafacção da tragédia, explorando temas cómicos e falando da vida dos “de baixo”, em A paz, o protagonista, ao invés de montar Pégaso, vai de escaravelho ao Olimpo. E o cómico começa pelo bicho, não só pela figura nada poética, uma verdadeira geringonça voadora, mas também porque o seu alimento são excrementos. Que pretende Aristófanes? Intervir pela paz, falar do que a paz pode trazer de bem estar e festa, contra a miséria e a fome e pelos prazeres. Resgatada esta do seu exílio forçado é em clima de festa constante que se celebra, elogiando-se sem qualquer tipo de limite os prazeres da sensualidade, a beleza das mulheres e os gozos do vinho e dos alimentos. Tudo o que é carnal é virtuoso, parece dizer Aristófanes. Trata-se de uma grande montagem, com a intervenção de instituições da cidade que participarão no coro, sendo integrada nas festas da cidade de Caldas, que ocorrem de 15 de Maio ao fim do mês. É portanto um momento de diálogo profundo entre a companhia residente e a sua cidade, a comunidade dos caldenses, refazendo-se assim, de algum modo, o clima originário da sua criação em Atenas. O espectáculo será no Largo da Copa, a praça em que se ergue o velho Hospital Termal. A cenografia e a música, assim como o trabalho de interpretação, revisitarão os modos de fazer que encontramos nas referências – poucas – que até nós chegaram. Nomeadamente o que diz respeito ao dispositivo, à arquitectura em si e ao maquinismos de cena. O que significa que o escaravelho voará mesmo e surgirá como um verdadeiro deus ex machina.

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