- ESTREIA19 de Setembro de 1985 | Casa da Cultura, Caldas da Rainha.
APRESENTAÇÕES
até 13 de Outubro
- ESTREIA6 de Março de 1986 | ACARTE – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa
APRESENTAÇÕES
até 16 de Março
Ah Q é um camponês desqualificado, sem terra nem abrigo, numa China semi-feudal. Dado que ele é o mais desqualificado, apenas tem como único direito o receber o máximo de pancadas e sofrer o máximo de humilhações. Só se pensa nele para o fazer trabalhar ou para o pôr a ridículo. Mas nesta adversidade, Ah Q desenvolve o seu próprio sistema de vingança psicológica. Jamais se queixa e ilude-se a si próprio ao mudar a sua infelicidade numa vitória imaginária sobre outrém.
Um dia, diante dos seus amigos beberrões da taberna, acaricia a cabeça rapada da freirinha, a quem há algum tempo atrás, tinha, por duas vezes, beliscado as bochechas. Ah Q sente-se obrigado a partir para a cidade, donde regressará passado um tempo, com uma bolsa à cintura, recheada de moedas de prata. Ah Q deve a fortuna a um papel minúsculo num bando de ladrões. Na cidade, tinha assistido com deleite à execução pública dos revolucionários mas, na sua terra, quando regressa, a Revolução já lá vai, recuperada pela burguesia local. O oportunista Ah Q, quer também ele entrar para o Partido da Liberdade, mas não há aí lugar para si. Ele não tem licença para fazer a Revolução. Outros pilham em completa imunidade. Ah Q não tem a sua parte do saque. Preso, é condenado à morte. Ah Q é fuzilado. E, todavia, a burguesia lamenta-se, porque jamais recuperará os objectos roubados. Quanto à opinião pública, será unânime em admitir a culpabilidade de Ah Q, “a prova que ele era um sujeito ruim, é que foi fuzilado”.
Ficha Artística
Encenação | José Peixoto
Revisão | Vera Sampaio Lemos
Tradução | José Peixoto
Interpretação
Ah Q | Fernando Mora Ramos
Wang | José Eduardo
Guarda do templo | Victor Santos
Freira | Isabel Cardoso
Máscara | José Mora Ramos
Música | Carlos Alberto Augusto
Cenografia | Fernando Filipe
Espaço cénico | José Carlos Faria
Figurinos e adereços | José Carlos Faria e Teresa Lima
Iluminação | José Eduardo
Sonoplastia | Carlos Alberto Augusto e Joaquim António Silva
Execução de guarda-roupa | Teresa Lima, Arminda Constantino e Maria Josefa Diniz