Autor FALK RICHTER
Tradução CARLOS BORGES

UM ARQUIPÉLAGO DE MONÓLOGOS

Porquê este título, Às duas horas da manhã, pergunto ao Richter. Como não reage, tento respostas. Porque é a essa hora em que, acordados fora de horas, as agruras se tentam pensamento. Ou talvez não. Morre-se de insónia? Talvez, porque o sono é mais propício ao pensamento, esse que habita os sonhos. As vozes que povoam esta peça sonham? Sonham um pesadelo constante e parecido, o que vem de uma frustração que funde profissão e vida.
As experiências que nos são relatadas – nos diversos registos há naturezas formais diferentes – são todas elas pesadas. Ninguém acede à sua própria individualidade – o contrário daquela do “sê tu mesmo” – porque o exercício da profissão que todos exercem ou exerceram, num quadro de compulsão laboral permanente e obrigatoriamente “exaltante”, leva ao apagamento do próprio desejo, numa colonização do ser pelos valores de mercado e pelas operacionalidades empresariais. O sujeito extingue-se na sua entrega à competição e ao lucro, à velocidade digital, ao seu aprisionamento pelo ecrã e pela ditadura das imposições informáticas da chamada inteligência artificial, sistema que colhe dados para, na soma, gerar respostas mecânicas, não sensíveis, impostas como verdades absolutas.

15,00€

Local de Venda – Teatro da Rainha
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