Nota Biográfica

MÁRIO-HENRIQUE LEIRIA (Lisboa, 2 de Janeiro de 1923 — Cascais, 9 de Janeiro de 1980) foi aluno na Escola Superior de Belas Artes, donde acabou por ser expulso, em 1942, por motivos políticos. Aproximou-se do surrealismo, juntando-se ao grupo Os Surrealistas, composto por dissidentes do Grupo Surrealista de Lisboa. Participou nas actividades do grupo entre 1949 e 1951. No ano seguinte foi preso pela PIDE. Teve vários empregos e viajou pela Europa antes de se exilar no Brasil, não estando colocada de parte a hipótese das viagens realizadas terem sido feitas ao serviço do Partido Comunista Português. Casou-se, em 1959, com a alemã Dietlinde Hartel, a quem chamava Fipsy. Voltou a ser preso no seguimento da chamada “Operação Papagaio”, em 1961, uma malograda intervenção surrealista contra o Estado Novo que consistiria na ocupação do Rádio Clube Português. Partiu para o Brasil. Há quem diga que por razões políticas, há quem diga que por razões passionais. Fipsy juntara-se a um brasileiro e fora viver para o Recife. No Brasil desenvolveu várias actividades, foi encenador e trabalhou na editora Samambaia, mas vivia sobretudo da ajuda de amigos. Bebia muito. Regressou a Portugal em 1971, já debilitado por problemas ósseos relacionados com a doença que o vitimou. Em 1973 publicou a mais conhecida das suas obras, os Contos do Gin-Tonic.