Nota Biográfica

António Augusto de Melo Lucena e Quadros (Viseu, 1933 – Santiago de Besteiros, 1994) formou-se em Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Desenvolveu intensa actividade pedagógica e artística em Portugal, França, Brasil, Cuba, antes de rumar a Moçambique, em 1964, encarregado do projecto de uma Academia de Artes Plásticas. Em terras africanas se fez poeta, sem ninguém saber que o era. O primeiro livro surgiu em 1970, sob o pseudónimo João Pedro Grabato Dias e com o título “40 e tal Sonetos de Amor e Circunstância e uma Canção Desesperada”. Livro laureado com prémio nunca reclamado pelo seu autor. Sob o mesmo pseudónimo publicou ainda as odes didácticas “O Morto” (1971), “A Arca” (1971) e “Pressaga” (1971). Foi dinamizador, na companhia de Rui Knopfli, dos famosos cadernos “Caliban”, com colaboração preciosa da então diáspora portuguesa. Sob o pseudónimo Frey Ioannes Garabatus deu à estampa “As Quybyrycas” (1972), monumento anti-épico a rivalizar com Camões. É dele também a invenção de Mutimati Barnabé João com o livro “Eu, O Povo” (1975). De Grabato Dias são igualmente os livros “Meditação. 21 Laurentinas e Dois Fabulírios Falhados” (1971), “Facto/Fado” (1985), “O Povo é Nós” (1991), à maneira de Mutimati, e “Sagapress” (1992). Faleceu em 1994, dez anos depois de haver regressado a Portugal.